miércoles, 10 de agosto de 2011

A maternidade, os cachorros e o preconceito.


Estava lendo o site de um jornal chileno quando me encontrei com o titulo provocativo, "Mujeres y sus mascotas".
O titulo parece inofensivo, mas revela muitas coisas. O perfil traçado estava claro, mulheres, solteiras, que trabalham.

"Según la experiencia de la veterinaria 5 de cada 10 mujeres adquieren una mascota ya sea para la familia o para que las acompañe en su vida. “Desde pequeñas las mujeres han sido criadas con un instinto maternal que hace que acunen a muñecas o protejan a sus hermanos más pequeños. Cuando esa niña crece, deposita estas necesidades en los hijos o mascotas que adopta como una manera de entregar amor y protección”, cuenta la experta."

Li isso e a pergunta foi obvia, esperta em que? a veterinaria que é esperta em mulheres? Acho que entendi mal, pensei que Veterinaria era outra coisa... Ou será uma esperta em matemática? Claro porque se 5 mulheres de 10 compram um animal de estimaçao, tem outras 5 que não, ou seja se vc é mulher tem a mesma porcentagem de chance de comprar ou não comprar um animal. Conclusão, tanto faz se vc é mulher ou não na hora de decidir se quer um cachorro.

É claro que qualquer pessoa que tenha 15 minutos pode encontrar bobagens machistas pela internet mas essa me chamou atenção, porque revela duas coisas, uma é a ideia de que temos em nós o desejo de ser mães.
A maternidade pode ser uma experiencia incrivel para muitas mulheres, mas não é a opção e o desejo de todas. Para muitas de nós é ou será algo esperado, desejado e vivido com alegria e plenitude. Muitas encontraremos nossa realizaçao em outras coisas, outras experiencias também intensas.
Justamente para que a maternidade seja algo bonito e realizador, tem que ser desejada e não imposta. Nosso lugar no mundo não pode estar definido por nossa biologia, mas pelos nossos sonhos e opções.


"¿A qué se debe esta tendencia?
Pueden ser muchas las razones por que las mujeres prefieren tener mascotas, hoy en día la principal es que ellas postergan el momento de formar familia, debido a que primero prefieren realizarse profesionalmente, sin embargo, muchas se sienten solas a la hora de llegar a sus casas y sienten la necesidad de que alguien las esté esperando cuando llegan, por eso adoptan a una mascota para que las acompañe y entregue cariño.

“Las mujeres buscan lealtad, obediencia y reciprocidad, es decir, que el perro reaccione ante un estímulo, caricia o instrucción que su dueño le ordene. Otro factor importante es el cariño desinteresado que los animales nos pueden entregar”, afirma la experta."

Outra vez a esperta do texto, faz referencia ao segundo tema que aparece mascarado.
A ideia de que se sairmos para o mundo público nunca estaremos realizadas totalmente.
A inofensiva materia afirma que as mulheres que decidem não ter família estão insatisfeitas, sozinhas.Os bichinhos já não substituem só o filho mas potencialmente também o companheiro.

Não quero aqui fazer uma apología ao trabalho, acho que todas e todos que trabalhamos chegamos em casa querendo tranquilidade e carinho.Também há dias em que não existe nada melhor que estar sozinha e desfrutar de um tempo de silencio, porque o mundo é duro mesmo e tem dias que são piores que outros.
Mas não é disso que se trata, essa reportagem não é sobre cachorrinhos, é um resumo de uma ideia cada vez mais comum sobre as mulheres e a legitimidade do direito ao trabalho e seu papel na sociedade.

Sou mulher, sou solteira,alguns dias me sinto sozinha, outros não. Trabalho muito, e sonho com muitas coisas. Não sei se quero ter um filho, mas certamente não quero um cachorro.

http://www.biut.cl/content/biut/2011/08/50-1686-9-mujeres-y-sus-mascotas.shtml



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